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Ter ou Ser - Uma análise dos amores e prazeres dos vinte e pouco anos.


Entre amores e prazeres, facilidade virtuais e conexões pessoais não tão reais assim, as pessoas se perdem na busca pelo amor. Mas será que estão realmente buscando o amor?

Mulheres e homens estão sempre desvendando e se queixando uns dos outros, não importa qual seja a queixa principal que um paciente traga, hora ou outra ele vai falar do amor, ou mais provável, da falta de.


E aqueles entre 20 e 30 anos! Nossa, como eles falam de....bom, ai eu não posso chamar de amor, aqui apreendo as várias maneiras de etiquetar os relacionamentos, mas por favor, não use a palavra RELACIONAMENTO parece cobrança! Podem ser elas: "já peguei", "ficante", "peguete", "amigo colorido", "P.A.", "saio as vezes", "amigos com benefícios", "namoradx", "noivx", "parceiro", "companheiro", "esposa", "marido", etc.

No meio de tanta informação, gente e nomenclaturas fica cada vez mais difícil saber qual é nosso papel na vida do outro e para que queremos esse outro em nossas vidas.


Fazer escolhas esta cada vez mais difícil, com tanta invasão mental brilhando da tela do celular é quase impossível escolher um artigo para ler, mais ainda uma pessoa para compartilhar a vida. Está muito importante a quantidade de likes e comments, influenciando diretamente em como as pessoas sentem suas relações interpessoais. Leu. Curtiu. Comentou. Postou. Compartilhou. Deu risada. Acho ruim. Achou ótimo. Ficou com inveja. Sentiu-se feio. Sentiu-se lindo. Olhou, olhou, olhou. PERAI! Esqueceu de olhar pro lado, esqueceu de olhar nos olhos, esqueceu de perceber o que sentiu enquanto neuroticamente aproveitava a delícia de ser um homem moderno.


Com quantas pessoas você conversou hoje? Não, de verdade, cara a cara, olhando nos olhos, percebendo gestos, alguma conversa sem o uso de emoticons!

Calma, eu sei que o mundo está funcionando assim, 10 minutos sem receber uma mensagem no whatsapp passou a significar que o mundo está te rejeitando.

Entre matches e sexo sem compromisso quando alguma coisa virtual torna-se coisa séria chega a hora da apropriação, hora de mostrar pro mundo que você tem alguém, João está em um relacionamento sério com Maria. Pronto, apropriou.

O que antes era relação agora virou status de relacionamento do Facebook. E ai vem o TER.

Quando temos, somos donos, possuímos, usamos, mostramos, é quase como um objeto novo, só que você esta fazendo isso com outra pessoa e ela provavelmente esta fazendo isso com você.


Relacionar sem enxergar virou cotidiano. Ai na verdade ficar um usar sem limites e frustrações constantes. Tratar o outro para satisfazer seus desejos infantis de atenção e segurança, buscar constantemente aquela sensação pueril acreditando que o mundo gira em torno de si, te serve. Tá sempre lá.

Ei, não gira! Aquela pessoa tem uma história de vida, sentimentos, desejos, vontades e planos. Talvez você tenha sorte de agora estar nos planos dela também.


Só que esse agora é tão volátil. As relações humanas evaporam com facilidade, somos muito sensíveis, as vezes mal entendidos destroem amizades de anos. Entre máscaras cotidianas e vontades guardas entre meias palavras as pessoas se perdem, acabam não se relacionando com outro e nem com si mesmos.

É só deletar do Facabook, bloquear no whatsapp. Nem sei mais o que fica. Os relacionamentos tem sido tão rasos que não servem mais nem como experiência. Não sobra tempo para refletir e sentir.


Por que uma conversa franca assusta tanto? Hoje em dia é quase proibido falar em namoro. Entre um match e outro no Tinder pode-se falar sobre a posição sexual preferida, pode-se falar em como usar o corpo um do outro. Mas relação? Isso agora é Tabu. Acho que os valores se inverteram.

Não entenda errado, isso não tem nada a ver com moralismo e conceitos antigos, mas observo que as vezes entre SER e TER, RELACIONAR e USAR, as coisas ficam meio misturadas.


O problema é que essa geração cresceu assistindo Disney e paquera no Tinder, essa conta não fecha. Aprecio o discurso feminista que defende que as mulheres não precisam ser salvas por príncipes, que são independentes e que podem, assim como os homens, querer apenas sexo. Mas e quando homens e mulheres querem se relacionar e não sabem como? Como encontrar um par em meio a tantas definições de gênero, de relacionamento, aplicativos de paquera, indiretas no Facebook e 7 bilhões de pessoas?


Não gosto muito de comparar o Brasil com outros países, pois quase sempre a pátria amada sai perdendo, temos mania de inferioridade. Mas não posso deixar de me inspirar nos meus amigos europeus. Percebo que, para eles não tem essa de tantas nomenclaturas, ou é ou não é. Não tem muito isso de se conhecer melhor, de mensagens subliminares, de leituras internéticas do que o outro quer. As pessoas simplesmente se relacionam. Sim, tem sexo casual, onde ambos os lados sabem o que estão fazendo.


E de resto, bom, as pessoas simplesmente estão juntas. Isso significa que naquele período de tempo, curto ou longo, eles SÃO um. Não precisa chamar de namoradx, não precisa colocar no Facebook, eles apenas estão, apenas ficam, apenas vivem aquilo. Não faz parte deles essa ansiedade brasileira que acende uma lâmpada mental toda vez que nos sentimos presos a alguém. Não tem desespero por estar perdendo o resto do mundo por ter feito uma escolha. Gosto disso. Essa falta de nome, de máscaras, de suposições. Apenas SER uma mistura de vontades sobre estar junto.


As pessoas deveriam para de desvendar e começar a se perceber.





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